9 de julho de 2012

Radioamadores e seus indicativos, uma breve explicação do porque!

Quando nos referimos à um radioamador, normalmente após o nome costumamos declinar seu indicativo.
Mas... o que significa este indicativo? Para que serve?
O indicativo serve para identificar aquela estação radioamadora no mundo inteiro. Como uma espécie de "matrícula" ou CPF. O indicativo é único e particular, não podendo ser duplicado. E ele se refere à nossa estação, e não à pessoa que a opera. porém na prática, ele (o indicativo) acaba por se confundir com o radioamador (a pessoa) que é a "proprietária" daquela estação em particular.
E como se formam os indicativos no Brasil? Por que (por exemplo) PU1LPC?

Para início de conversa, temos que saber que a distribuição aos países dos prefixos (as letras/números que compõe o início de cada indicativo) é de responsabilidade da IARU. Cabendo depois a cada país normatizar, distribuir e controlar o uso destes prefixos e dos sufixos que comporão os indicativos.
Vamos iniciar comos prefixos:
Ao Brasil foram alocadas as série de PP a PY e de ZV a ZZ. Já sabemos então que qualquer indicativo que inicie com estas letras pertencerão ao Brasil.
E para formar os indicativos temos que observar as regras que dependem de sua localização, a classe do radioamador e se o indicativo é efetivo ou especial. Neste post vamos ver apenas os indicativos EFETIVOS. Veremos os indicativos especiais em outra ocasião.
 
Localização:
A legislação divide o Brasil em 10 áreas (ou regiões) para fins de alocação dos prefixos. Assim, depedendo do estado/região em que estivermos, saberemos qual o numeral que comporá o prefixo:
  • 1 - Rio de Janeiro e Espírito Santo
  • 2 - Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Tocantins
  • 3 - Rio Grande do Sul
  • 4 - Minas Gerais
  • 5 - Paraná, Santa Catarina
  • 6 - Bahia, Sergipe
  • 7 - Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte
  • 8 - Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima
  • 9 - Mato Grosso, Mato Grosso do Sul
  • 0 - Ilha de Fernando de Noronha, Ilha de Martim Vaz, Atol das Rocas, Penedos de São Pedro e São Paulo, Ilha de Trindade e Antártica Brasileira

Classe:
Todos os radioamadores classe "C" receberão formarão o prefixo com as letras PU, seguidas do numeral indicativo da região em que mora (listagem acima). Desta forma um radioamador classe "C" e que more no Rio de Janeiro receberá um indicativo PU1, outro que more em São Paulo será conhecido por PU2.
Já os radioamadores de classe "A" e "B" receberão as letras conforme a tabela abaixo (já com os numerais da região):
  • 1 - Rio de Janeiro (PY1) e Espírito Santo (PP1)
  • 2 - Distrito Federal (PT2), Goiás (PP2), São Paulo (PY2), Tocantins (PQ2)
  • 3 - Rio Grande do Sul (PY3)
  • 4 - Minas Gerais (PY4)
  • 5 - Paraná (PY5), Santa Catarina (PP5)
  • 6 - Bahia (PY6), Sergipe (PP6)
  • 7 - Alagoas (PP7), Ceará (PT7), Paraíba (PR7), Pernambuco (PY7), Rio Grande do Norte (PS7)
  • 8 - Acre (PT8), Amapá (PQ8), Amazonas (PP8), Maranhão (PR8), Pará (PY8), Piauí (PS8), Rondônia (PW8), Roraima (PV8)
  • 9 - Mato Grosso (PY9), Mato Grosso do Sul (PT9)
  • 0 - Ilha de Fernando de Noronha (PY0F), Ilha de Martim Vaz (PY0M), Atol das Rocas (PY0R), Penedos de São Pedro e São Paulo (PY0S), Ilha de Trindade (PY0T) e Antártica Brasileira (PY0A).
Agora sabemos como se formam os prefixos dos indicativos efetivos das estações radioamadoras brasileiras.
 
Quanto aos sufixos:
Classe C - Sempre 3 LETRAS de AAA até YZZ, distribuídos em faixas dentro dos estados de uma mesma região. Por exemplo, na quinta região (PR e SC) as letras do sufixo serão distribuídas assim:
SC - de AAA a LZZ;
PR - de MAA a YZZ.
Classes A e B - Podem usar 2 ou 3 letras, de AA até ZZ ou AAA até YZZ, respectivamente.
Podemos escolher a combinação de letras que desejarmos desde que a mesma esteja vaga (sem uso) no banco de dados da ANATEL. Para saber se um determinado indicativo está vago podemos consultar aqui.
(Observação = Por força da legislação as seqüências de letras DDD, SNM, SOS, SVH, TTT, XXX, PAN, RRR e a série de QAA a QZZ NÃO podem ser usadas nos sufixos de um indicativo)
 
No meu caso, PU1 por que estou no Rio de Janeiro e escolhi uma combinaçao de 3 letras (LPC) que estava vaga e que (por coincidência) são as letras do meu nome, daí PU1LPC. Desta forma quem escuta  uma chamada em qualquer dos modos autorizados (fonia, CW, digitais, ...) sabe que é uma estação do Rio de Janeiro que está "no ar".
Para saber mais vamos consultar a norma que regula este assunto, que é a Resolução 449/2006 da ANATEL, que pode ser baixada aqui.

Chupim com alterações daqui.

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